luz e sombra na arquitetura
LIGHT AND SHADOW IN ARCHITECTURE
ombre et lumière dans l'architecture
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10 de out. de 2011

patio 2

























Casa Milà, "La Pedrera": 1912, Barcelona, Espanha, por Antoni Gaudí
CASA MILA, "THE QUARRY": 1912, BARCELONA, SPAIN, BY ANTONI GAUDI
Casa Milà, "La Carrière": 1912, Barcelone, Espagne, par Antoni Gaudí


Mais um exemplo da série patios, em uma das obras-primas de Gaudí inscritas no patrimônio mundial da UNESCO.

ANOTHER EXAMPLE OF THE SERIES COURTYARDS, IN ONE OF GAUDI'S MASTERPIECES INCLUDED IN THE UNESCO WORLD HERITAGE LIST.

Encore un exemple de la série cours, dans l'un des chef-d’œuvres de Gaudí inscrits au patrimoine mondial de l'UNESCO.

5 de out. de 2011

vidro 1

 























Sagrada Família (Templo Expiatório da Sagrada Família): Barcelona, Espanha, por Antoni Gaudi
SAGRADA FAMILIA (EXPIATORY CHURCH OF THE HOLY FAMILY): BARCELONA, SPAIN, BY ANTONI GAUDÍ  
Sagrada Familia (Temple Expiatoire de la Sainte Famille): Barcelone, Espagne, par Antoni Gaudí

Iniciando a série sobre as diversas maneiras de utilizar o vidro, esta imagem mostra os vitrais coloridos e abstratos da Sagrada Família.
Em outubro de 1883 Gaudí aceita a encomenda de continuar o trabalho iniciado por Francisco de Paula del Villar, que o havia passado a Joan Martorell. Por volta de 1910, Gaudí deixa Barcelona para repousar. Ao voltar, passa a viver no escritório-ateliê do templo, dedicando-se à preparação de esboços e modelos de gesso e à procura de patrocínios para prosseguir as obras.
Esta obra representa a síntese do trabalho de Gaudí e sua estética arquitetônica. Ela não parou de evoluir até a morte do arquiteto, em 1926. Até então Gaudí havia realizado o desenho da Fachada da Natividade, os desenhos da Capela  da Assunção da Virgem, as sacristias, novas janelas, a estrutura das abóbadas e o estudo das colunas.
A parte construída mais importante é o Portal da Natividade. O projeto possui doze torres, simbolizando os doze apóstolos, porém só há quatro construídas. A face interna mostra uma pureza de linhas e uma composição absolutamente simétrica, características raramente utilizadas por Gaudí. Apresenta cenas do nascimento de Jesus Cristo, o que é encontrado em todas as igrejas cristãs, com o nome de Via Sacra.
Durante o dia a luz atravessa os numerosos hiperbolóides da cobertura, caindo como pingos por toda parte. À noite, o templo é iluminado por lâmpadas que imitam uma constelação. Para Gaudí, é a luz que faz o papel de ligação Homem-Deus. Seu efeito faz com que as pessoas se elevem em grandes idéias.
O modelo das colunas da Sagrada Família é conhecido como modelo arborescente. Os apoios inclinados, dos quais saem apoios menores, e o grande número de hiperbolóides da cobertura, formam uma estrutura semelhante a uma árvore, onde o tronco sustenta os galhos e estes as folhas.
Atualmente, a construção da Sagrada Família avança, seguindo os modelos deixados por Gaudí e utilizando as inovações técnicas que têm surgido.

Referências bibliográficas:  
GÜELL, Xavier. Antoni Gaudí. São Paulo, Martins Fontes, 1994 (trad. Eduardo Brandão).
REYNOLDS, Donald. A Arte do Século XIX. São Paulo, Círculo do Livro (trad. Álvaro Cabral).

4 de out. de 2011

noite 2


























Casa Batlló ("casa dos ossos"): Barcelona, Espanha, 1906, por Antoni Gaudí 
CASA BATLLÓ ("HOUSE OF BONES"): BARCELONA, SPAIN, 1906, BY ANTONI GAUDÍ 
Casa Batlló ("maison des os"): Barcelone, Espagne, 1906, par Antoni Gaudí
Continuando a série sobre iluminação de fachadas, esta imagem mostra a Casa Batlló ressaltando aos olhos em relação aos prédios vizinhos. Ela é constituída de dois edifícios que possuem uma ligação de forma cilíndrica, com térreo, andar principal, quatro andares e mansarda. Sua fachada, recoberta com “trencadís” (técnica tradicional na região que consiste em revestir uma superficie com pedaços coloridos de cerâmica que teriam sido desperdiçados) cria uma ondulação suave e um efeito cromático excepcional, sendo um perfeito suporte para a mansarda curvilínea, ascendente e descendente, com textura semelhante a escamas de peixe. O grande espaço interno é como uma outra fachada, quase como uma outra casa. Possui um revestimento cerâmico que varia do azul ao branco, o que contribui ainda mais para o efeito marinho do edifício. Na entrada e na sala de jantar do piso principal e no térreo observa-se que o arquiteto fugiu totalmente das linhas retas. Todo esse conjunto, incluindo as formas esculturais dos móveis, formam um ambiente relaxante, quase mágico.

Para saber um pouco mais sobre a vida e a obra de Gaudí e sobre o movimento Art Noveau da história da arquitetura:

Antoni Gaudí nasceu em Reus (Tarragona), povoado do interior da região da Catalunha, Espanha, em 1852. Estudou na Escola Provincial de Arquitetura de Barcelona, entre 1873 e 1878. Na universidade, colecionava gravuras greco-romanas, latinas e bizantinas, obcecado que era pela cultura mediterrânea e oriental. Gaudí era um leitor assíduo de Viollet le Duc, pelo qual foi profundamente influenciado. Le Duc afirmava que as “formas da Natureza são belas, desde um carvalho até um inseto. A forma indica claramente para que fim foi produzido. A máquina é a expressão exata da função que desenvolve. É deste ponto que parte o pensamento e os estudos de Gaudí, refletidos em sua arquitetura.

Ainda estudante, trabalhou em um escritório de arquitetura, no projeto de uma das obras mais importantes que estavam sendo realizadas em Barcelona: o Parc de la Ciutadella.

Seus primeiros projetos como arquiteto independente foram: revérberos (lâminas metálicas que aumentam a intensidade da luz, concentrando-a em certa área) para a Plaza Real e a iluminação para a Muralla de Mar, ambos em Barcelona, e a Cooperativa Operária Mataronense, em Mataró.

Em 1883, Gaudí recebeu a tarefa de continuar a obra do Templo Expiatório da Sagrada Família, que já havia passado por dois arquitetos. Dedicou-se simultaneamente ao projeto e à construção dessa obra até o fim de sua vida. O templo está até hoje em construção, sendo o trabalho mais conhecido de Gaudí e cartão-postal de Barcelona.

Sua vida profissional pode ser dividida em duas etapas. No início da carreira, Gaudí esforçou-se para encontrar um estilo próprio, nacionalista, buscando influência em diversas culturas e estilos: arquitetura mulçumana (Casa Vicens e Villa El Capricho); arte gótica (Palau Güell, Convento Teresiano, Palácio Episcopal de Astorga e Casa Fernandez Andrés); arte barroca (Casa Calvet, Torre Bellesguard). Interpretava tais estilos de uma forma pessoal, sempre tendo como base o estudo da natureza como fonte inesgotável de inspiração.

Na segunda etapa Gaudí abandona estilos históricos e adquire formas livres, universais. As obras mais importantes desse período são: o Parque Güell, a Casa Batló, a Casa Milá, as Escolas da Sagrada Família e a Cripta da Colônia Güell, além do inacabado e monumental Templo da Sagrada Família, que sintetiza todo o trajeto arquitetônico gaudiano.

Mas antes de estudarmos a obra de Gaudí é importante entendermos o contexto artístico e social em que ela se desenvolveu. Na Europa, o fim do século XIX caracteriza-se pelo ecletismo artístico, ou seja, uma mistura de estilos. Coexistiam o Movimento de Artes e Ofícios, os Pré-Rafaelitas, o Simbolismo, o Pós-Impressionismo, o Pontilismo, o Divisionismo, os Nabis, etc. 

A arquitetura, em particular, entra em crise ao não apresentar novas soluções técnicas e estilísticas, baseando-se na repetição de movimentos artísticos (neo-classicismo e neo-romantismo).

Esse momento de indefinição se desfaz com o surgimento do movimento chamado Art Noveau, que abrange a última década do século XIX e as primeiras do século XX. Neste período, buscava-se inspiração nas formas da natureza, utilizando linhas sinuosas, formas ondulantes e assimetria. O estilo abrangia principalmente a ornamentação de portas, janelas, móveis, paredes e objetos.

Na Catalunha, onde a burguesia estava em plena expansão e procurando diferenciar-se do resto da Espanha, surge um movimento correspondente ao Art Noveau, porém com uma expressão mais regionalista. Buscavam uma arquitetura nacional, valorizando os materiais e costumes locais, tendo como base motivos florais.

A obra de Gaudí segue uma trajetória de certa forma isolada, pois sua obra, apesar de estar no contexto do Art Noveau, possui características especiais, absolutamente pessoais e muitas vezes difíceis de definir. Seu estilo é mais robusto, estrutural e tridimensional que o característico do Art Noveau.

Gaudí empregava materiais de sua região, como o azulejo, o tijolo e a pedra, herdados de tradições árabes e romanas presentes na Catalunha. Foi quem primeiro utilizou o cimento armado na Espanha. O ferro e posteriormente o aço permitiram o uso de novas formas. Fez estudos para utilizar barras metálicas na construção dos elementos da Sagrada Família, o que hoje está sendo feito, com a continuação das obras em concreto armado.

Gaudí pesquisou as origens e o sentido da estética, e chegou à conclusão que as formas encontradas na natureza expressam suas necessidades funcionais. Passou então a estudar as formas estruturais mais perfeitas conhecidas, até descobrir o parabolóide hiperbólico, que seriam mais tarde empregados nos pavilhões de entrada do Parque Güell.

Referências bibliográficas:  
GÜELL, Xavier. Antoni Gaudí. São Paulo, Martins Fontes, 1994 (trad. Eduardo Brandão).
REYNOLDS, Donald. A Arte do Século XIX. São Paulo, Círculo do Livro (trad. Álvaro Cabral).